quarta-feira, 29 de agosto de 2018

O teu perdão


Eu sempre sofro quando lhe magoo
Pois me maltrato, eu mesma neste invento
Depois eu choro e digo-lhe, - me perdoa!
Pois que viver sem ti, jamais eu tento

Viver sem teu amor é um sofrimento
Uma canção cumprida que me enjoa
É dar asas de anjo à quem não voa
Dormir com gente fria no relento

Eu sempre rio se a coisa fica boa
Deslizo de patinhos na lagoa
Que nos meus olhos, vira só sorrisos

E canto bem baixinho a minha loa
Brigar é bom demais pra quem perdoa
O inferno pode ser o paraíso!!










segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Corruptelas da mocidade




Estrelas, que no céu passam me olhando
Sorrindo feito um bando de donzelas
Tão bela quanto sois, fui me acabando,
Contando meu rosário de quimeras

Estrelas, se hoje as vejo, só chorando,
Só Deus pode dizer-vos como eu era
Bailava feito vós sempre brilhando
No céu de amor maior que há na terra

Porém o tempo passa velozmente
E a estrela que há em nós vira cadente
E tudo que é cadência... Só saudades...

Saudades das eternas primaveras
Que como vós também sorri, donzela
Nas corruptelas gentis da mocidade!

Fevereiro- 2015

Poema do meu livro Fragas do tempo, que está sendo 
vendido no clube dos autores...


quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Havia tempo




Houve um tempo, em que meu sorriso amarelo era colorido
Os meus cabelos coloridos eram negros
Os meus caminhos negros eram verdes
Os meus sonhos verdes eram maleáveis
Os meus seios maleáveis eram rígidos
A minha sorte rígida era solta
As minhas palavras soltas eram risonhas
Os meus sentimentos risonhos eram puros
O meu coração puro tinha amor
O amor tinha razão de ser colorido
verde, maleável, solto, risonho e puro, pois... ainda havia tempo!!!...






quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Inferno



Queria ser amor, seu tudo errado
Que certo fica quando me procuras
Ser sua angustia e o maior pecado
Que até o seu sorriso desfigura

Queria ser seu gosto despojado
Em namorar de noite as sepulturas
Ou ser cada fantasma imaginado
Ali no seu olhar de doce agrura

Eu só queria estar sempre ao seu lado
Mesmo que fosse um livro bem fechado
Cheio de amuletos bruxos e diabruras

Quem sabe, neste livro apalermado
Eu vesse um caminho inflamado
Pra ser só seu inferno em noite escura...???



terça-feira, 21 de agosto de 2018

Sozinha com meus sonhos





Nenhum silencio contagia mais a natureza humana, do que
a deliciosa sensação de velejar dentro de si mesmo, sem se importar
com a importunidade das horas que se sucedem barulhentas, nas rodas
dos mil e um carros que cruzam de ida e volta a avenida.
Nada pode ser mais nobilitante nesses instantes, do que beijar um e outro sonho
que Deus fez amorosamente para mim e que o tempo transformou
em asas multicoloridas.
Nas fronteiras da solidão, também tem anjos!!!
Anjos que me amam e cuidam de mim com o eterno desvelo de que
me fiz credora, quando rasguei decididamente o meu bilhete de passagem
para o invisível, e resolvi cavalgar na poeira do vento, que sempre me leva aonde
eu quero e preciso ir.
Que se dane a virtude sublimada.
A pureza enfadada!
A respiração controlada...
Que se dane a poesia rimada. Quando eu acordo de madrugada eu quero
mais, é insultar o gosto amarradinho dos metrificadores de plantão.
Eu gosto de uísque, mas nunca que dispenso quentão.
Eu vim do sertão, onde o arrasta pé em roda da fogueira, termina quando o galo canta
e as menininhas sapecas trocam suas bonecas, por brincadeiras de bandido e mocinha!
Mas, eu  sempre fui  quietinha!
Como diz a minha vizinha...
-Eu dou tudo que eu tenho para o padre da minha paróquia, pra ele comprar
um lugarzinho de santa pra mim e meus" fiim" lá no céu. O folgado daquele que se diz meu dono, é que se dane!
É uma sábia essa minha vizinha...!!!








sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Bandeira manchada




Se ainda vivesse, diria o grande augusto
Dos Anjos, que os anjos são miragens
Que são Jorge na lua, é tatuagem
Que todas as estrelas são arbustos.

Diria o grande Augustos, essas bobagens,
E o mundo aplaudiria, sem nem um custo
Mas o que diria o poeta ao ver de bruços
A terra grandiosa dos palmares???

O que diria também, Gonsalves Dias
Que desde o canto do sabiá, já bem sabia...
Que nada sobraria, das palmeiras???

O que diria quem soube e nada disse...
Que a poesia da pátria é bem mais triste
Depois que enxovalharam sua bandeira...???



























quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Moça mulher




Que bela menina! Que rosto de vênus!
Teu olhar sereno...  Não sabe o que quer,
Reluz nos brinquedos de uma criança
Requebra nas tranças da moça mulher

Requebra na dança, suave e fogosa
Das noites brumosas, que embaça cristais
No mesmo embalo, que canta e encanta
Alguém se espanta, ninguém à vê, mais...

Por certo perdeu-se nalguma ciranda
Ou está na varanda, cheirando rapé
Que bela menina, que rosto de vênus
Teu fogo, pequena...Pequeno não é.

Um jeito sem modos, e as vezes tão pleno
Nos olhos o veneno, nos lábios o mel
Eu fico pensando... formosa medusa
Que sabes, ser musa, no inferno e no céu


Olhando tua graça, tem gente carpindo
Do falso, do lindo, desgosto de ré
Desmaia no encanto da doce criança
E morre na dança da moça mulher!!






















terça-feira, 14 de agosto de 2018

O mal e o remédio




A vida pensa que é fada
Mas, é uma deusa malvada
Que atesta a alma enredada
Na fogueira da emoção
Oculta o sol dos agostos
E tinge as covas do rosto
Com o ruge belo e muxoxo
Da mentirosa ilusão

A sorte então?? Que piada!
É lua cheia embrulhada
Nas nuvens irradiadas
De um temível furacão
Bota a gente na disputa
Mas não avisa que a luta
É coisa pra gente bruta
Que não tem preguiça, não.

O tempo é um corcel sem freios
Sem destino e sem arreios
Que atesta num torneio
Se é valoroso o peão
Mas ri de toda desgraça
Que nos rebenta a carcaça
No estrume frio e sem graça
Da descrença sem razão


O amor as vezes é castigo
Pouco sabe ser amigo
É bem mais joio que trigo
Nas terras do coração
Se alastra todo proza
Reclamando trato e poda
Pra não esganar em suas cordas
Quem lhe dispensa, atenção.

Na vida há curvas bem tortas
Cheias de flores e grotas
Por tras de uma e outra porta
Há anjos e assombração
Mas o tempo, faz a sorte
De quem escolhe seu norte
No abraço grande e forte
Da nobre sublimação!!

14/08/2018














segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Deusa grega





T
em gente tão lasqueira de sortuda que parece que nasceu deitada na lua, com a faca e o queijo na mão e nem se quer se apercebe disso e muito menos, da implicância invejosa que desperta por onde passa.  
 Assim é minha amiga, paulinha fernanda (cantora). Não sei nem porque, eu tão puramente humilde e simples sinto um certo prazer na voz quando me proponho a chama-la neste toque de intimidade intima, que não rola de lá para cá, mas, só de mim para ela.
Bom!! A verdade é que querendo, ou não querendo, enxergando, ou não, a minha amiga paulinha é uma verdadeira deusa grega, que inda além de ter um corpão de sereia, ainda tem um vozeirão de fazer despertar qualquer belo adormecido, e fazer um e outro lobo mal virar cordeirinho!
O certo é que essa madona passou flutuando como uma brisa de inverno, daquelas bem perfumadas e frescas nos goiás do meu sertão, e eu vi com esses meus olhos que a terra nunca há de comer, tão cedo, umas duas dezenas de maridos mal casados, _entre eles o prefeito da corruptela onde eu moro_ e mais o governador não sei das quantas, uma outra dezena de noivos mal-amados seguidos de uma centena de mulheres chifrudas, todos correndo atrás da bonitinha...
Eu que nasci mais calma que viola incorporada em noite de arrasta pé, não fiz foi nada. Fiquei ali num canto, só gravando e digitalizando tudo, para botar na rádio.
 No dia seguinte quando cheguei lá bem cedo... adivinha de quem foi a primeira cara que eu vi...???
Nada mais nada menos que o nosso tão querido governador, que tava lá dando suas gorjetinhas pra suspender ou arquivar todo e qualquer contrato com a gravadora da bonitinha. Isto,porquê...???
E eu sei lá; Só ouvi dizer das más línguas, que a minha adorada amiga tinha pisado nos calinhos do gostosão, que se frustrou totalmente ao descobrir que seus tão turbinados dotes e conta bancária, não deram nenhuma exuberância ao seu pouso grandioso de “gavião” do cerrado, ao rondar a gaiola dourada da princesinha mineira...






  





Consciência embrulhada





  Se um dia eu deixar de ser essa incerteza
que habita em mim, eu já não comportarei o
poeta que apagou a vela incandescente das manhãs,
na esperança de ser encontrado pela sua timidez sonhadora!
Eu já não mastigarei as palavras ilusórias
e desconexas que deram continuidade
a minha essência do existir, antes mesmo, de apalpar
a solidez dos caminhos forjados para os meus
passos, num tempo em que amei até morrer
de tédio pelo vazio que a solidão
deixou dentro de minhas horas desambientadas
e esquecidas.
Se um dia eu deixar de ser a procura de alguma coisa
não, encontrada...
Eu deixar de ser sorrisos derramados do rio da indiferença
com que, me leem...
Eu deixar de ser a euforia solitária de uma paixão sofrente...
Eu deixar de ser o dedo consciência, que julga, que insulta, que
antecipa, que fere, que assopra, que inventa e reinventa,
e depois de tudo, amordaça, para não ouvir os gritos e soluços do silencio...
Se um dia eu deixar de ser poesia, eu serei o nada cheio de tudo
Que doe dentro de mim e não encontra boca para se exprimir... feito os boeiros
que sempre conduz o lixo improprio, limpando o ar que vai ser inalado por alguém...
daí eu serei só poluição no planeta sonho!










quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Coveiro



O jardineiro que ama seu labor
Cultiva as flores com a mesma intensidade
Nunca separa as flores sem odor
Daquelas outras de plena raridade

Atrás de tal, também vem os Condores,
Talhando em santo esmero seus sonetos
Não fazem distinção aos seus amores
Jamais despreza a flor que vem do gueto

O homem que em si só tem quimeras
Em armaduras de ancestrais primitivistas
Não tem as graças culturais de um cavalheiro

Se não conhece do poeta o dom artístico
Nada adianta imitar um jardineiro
Será pra sempre um coveiro sobre a terra!
Ago. de 2014






Cantilena de saudades

Em minha bela fazenda Com arvoredos dantescos Tem duas serras gigantescas Em sua fauna natural Se assemelhando a gêmeas De son...