segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Consciência embrulhada





  Se um dia eu deixar de ser essa incerteza
que habita em mim, eu já não comportarei o
poeta que apagou a vela incandescente das manhãs,
na esperança de ser encontrado pela sua timidez sonhadora!
Eu já não mastigarei as palavras ilusórias
e desconexas que deram continuidade
a minha essência do existir, antes mesmo, de apalpar
a solidez dos caminhos forjados para os meus
passos, num tempo em que amei até morrer
de tédio pelo vazio que a solidão
deixou dentro de minhas horas desambientadas
e esquecidas.
Se um dia eu deixar de ser a procura de alguma coisa
não, encontrada...
Eu deixar de ser sorrisos derramados do rio da indiferença
com que, me leem...
Eu deixar de ser a euforia solitária de uma paixão sofrente...
Eu deixar de ser o dedo consciência, que julga, que insulta, que
antecipa, que fere, que assopra, que inventa e reinventa,
e depois de tudo, amordaça, para não ouvir os gritos e soluços do silencio...
Se um dia eu deixar de ser poesia, eu serei o nada cheio de tudo
Que doe dentro de mim e não encontra boca para se exprimir... feito os boeiros
que sempre conduz o lixo improprio, limpando o ar que vai ser inalado por alguém...
daí eu serei só poluição no planeta sonho!










Nenhum comentário:

Postar um comentário

Cantilena de saudades

Em minha bela fazenda Com arvoredos dantescos Tem duas serras gigantescas Em sua fauna natural Se assemelhando a gêmeas De son...