quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Cantilena de saudades



Em minha bela fazenda
Com arvoredos dantescos
Tem duas serras gigantescas
Em sua fauna natural
Se assemelhando a gêmeas
De sonho univitelino
Que a mão sábia do destino
Trouxe ao berço universal

Ali o nascer do sol
Com seus raios radiantes
Sempre empresta ao viajante
O mais belo dos postais
Suas mais de cinco nascentes
Cortam a fazenda inteira
Desmanchando em cachoeiras
Aos pés dos buritizais

A cantiga dos riachos
Parecem celestes hinos
Imitando passarinhos
Nas sombras dos coqueirais
Os cascalhos multicores
Rodam no meio das águas
Sugerindo estrelas d'alva
Brincando em céus virginais

As madrugadas de inverno
Nunca me sai da lembrança
A algazarra das crianças
Indo estudar na cidade
Se misturava aos guinchados
Dos macacos barulhentos
Vexando o gado marrento
De toda aquela irmandade

As tardes dos cafezinhos
Durante toda a semana
No lar do querido mano
Esperávamos com ansiedade
Nossa oração vespertina
Era lembrar o passado
Viajando numa tragada
Pra amenizar a saudade

Os meus dias mais formosos
Há! Se minha terra soubesse...
Deixei nas noites de preces
Em nossa humilde igrejinha
Ali os nossos instantes
Tinha um supremo sabor
O momento era de amor
Sob a proteção divina

Todo sonho que sonhei
Neste encanto de recanto
Não virou gotas de prantos
Nas curvas dos olhos meus
Mas hoje viraram notas
De uma doce cantilena
Meu mais sublime poema
Abençoado por Deus!













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